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Aspas: o que é, tipos, quando usar e exemplos de uso

O uso das aspas é um dos assuntos que mais geram dúvidas entre os falantes da língua portuguesa. Afinal, as aspas estão condicionadas a situações de uso específicas. Para fazer o emprego correto desse recurso gráfico, é necessário se atentar a algumas regras de pontuação.

Pensando nisso, elaboramos esse artigo com algumas dicas sobre o uso das aspas que podem elucidar de vez essa dificuldade bastante recorrente.

O que são as aspas

As aspas são um sinal de pontuação em forma de vírgulas suspensas, que podem ser simples (‘ ‘) ou duplas (” “) e são usadas para destacar citações, estrangeirismos, partes do texto, gírias, ironias e outros termos. As aspas são utilizadas em conjunto, marcando o início e o fim do termo destacado por este recurso gráfico.

Exemplos do uso das aspas

Abaixo veja alguns exemplos de frases com aspas.

  • O ministro confirmou que a situação estava “extremamente preocupante”.
  • “Tinha-me lembrado a definição que José Dias dera deles, ‘olhos de cigana oblíqua e dissimulada’. Eu não sabia o que era oblíqua, mas dissimulada sabia, e queria ver se podiam chamar assim.” (Machado de Assis)
  • Você quer ir beber um “cappuccino”?
  • A festa estava cheia de “tiktokeiros” fazendo coreografias iguais.

Tipos de aspas

Primeiramente, é importante saber que existem dois tipos de aspas: as simples e as duplas.

Aspas simples (‘ ’)

Quando já existem aspas em uma citação ou transcrição, devemos usar as aspas simples em citações internas, diferenciando-as da citação maior. Por exemplo:

  • “ Se o diretor é uma espécie de ‘leão’ na escola, é necessário que ele desenvolva habilidades de liderança.”

Aspas duplas (“ ”)

É utilizado quando queremos realçar uma parte ou palavra de um texto, ou citar alguma obra. Por exemplo:

  • Leilane preferiu dizer logo o que estava sentindo no momento: “Não gosto mais de você”.

Quando usar as aspas

As aspas podem ser empregadas em várias situações, veja abaixo algumas delas.

1. Para exprimir uma ironia ou quando queremos dar destaque a alguma palavra ou expressão. Exemplo:

  • Aquele goleiro é “maravilhoso”, só deixou passar cinco gols.

2. Para indicar palavras ou expressões populares, como as gírias. Exemplo:

  • Ninguém mexe com meu “parça”.

3. Para indicar os arcaísmos, ou seja, palavras antigas e que não são mais usadas. Exemplo:

  • Jogador vai tirar satisfação e toma um “safanão” do adversário.

4. Para indicar os neologismos, palavras criadas e que não existem na norma culta da língua portuguesa. Exemplo:

  • Muitas pessoas estão “espetacularizando” as próprias vidas.

5. Nos estrangeirismos.

O estrangeirismo é quando tomamos “emprestado” de outro idioma palavras ou expressões e as empregamos no nosso vocabulário. Nesses casos, é importante utilizar as aspas ou a opção itálica (caso houver) para destacá-las no texto. Exemplo:

  • A empresa responsável pelo “coffee break” ainda não chegou.

6. Para delimitar o título de uma obra, de jornais, revistas etc. Exemplo:

  • Li essa frase em “Dom Casmurro” de Machado de Assis.

Aspas antes ou depois do ponto final?

Uma das dúvidas mais comuns a respeito da utilização das aspas é se elas devem ser usadas antes ou depois do ponto final. Nesse caso, há duas maneiras de utiliza-las:

Antes do ponto final: quando a citação é a continuação da frase que você está escrevendo, pois o ponto fecha o período e não a citação.

Exemplo:

  • Eu penso que “a vingança nunca é plena, mata a alma e envenena”.

Depois do ponto final: quando a citação é feita por inteiro e isoladamente.

Exemplo:

  • “A vingança nunca é plena, mata a alma e a envenena.” Essa era a filosofia do Senhor Madruga.

Curiosidades

No Brasil, usamos as aspas inglesas (“a”) ou aspas curvas. No entanto, há outras formas de representar esse sinal de pontuação gráfico, veja alguns deles abaixo:

  • Aspas alemãs („a”) ao contrário das inglesas, a abertura das aspas fica no nível da linha e o fechamento no topo;
  • Aspas francesas («a») também conhecidas como angulares;
  • Aspas japonesas (「a」).

Exercícios resolvidos sobre aspas

1. (VUNESP – 2022)

A arte de ser avó

Netos são como heranças: você os ganha sem merecer. Sem ter feito nada para isso, de repente lhe caem do céu. Sem se passarem as penas do amor, sem os compromissos do matrimônio, sem as dores da maternidade.

___Quarenta anos, quarenta e cinco… Você sente, obscuramente, nos seus ossos, que o tempo passou mais depressa do que esperava. Meu Deus, para onde foram as suas crianças? Naqueles adultos cheios de problemas que hoje são os filhos, que têm sogro e sogra, cônjuge, emprego, apartamento a prestações, você não encontra de modo nenhum as suas crianças perdidas. São homens e mulheres – não são mais aqueles de que você se recorda.

___E então, um belo dia, sem que lhe fosse imposta nenhuma das agonias da gestação ou do parto, o doutor lhe põe nos braços um menino. Completamente grátis – nisso é que está a maravilha. Sem dores, sem choros, aquela criancinha da qual você morria de saudades, símbolo ou penhor da mocidade perdida. Pois aquela criancinha, longe de ser um estranho, é um menino seu que lhe é “devolvido”. E o espantoso é que todos lhe reconhecem o seu direito de o amar com extravagância; ao contrário, causaria escândalo e decepção se você não o acolhesse imediatamente com todo aquele amor recalcado que há anos se acumulava, desdenhado, no seu coração.

___Sim, tenho certeza de que a vida nos dá os netos para nos compensar de todos os sofrimentos trazidos pela velhice. São amores novos, profundos e felizes, que vêm ocupar aquele lugar vazio, nostálgico, deixado pelos arroubos juvenis.

___Até as coisas negativas se viram em alegrias quando se intrometem entre avó e neto: o bibelô de estimação que se quebrou porque o menininho – involuntariamente! – bateu com a bola nele. Está quebrado e remendado, mas enriquecido com preciosas recordações: os cacos na mãozinha, os olhos arregalados, o beiço pronto para o choro; e depois o sorriso malandro e aliviado porque “ninguém” se zangou, o culpado foi a bola mesmo, não foi, Vó? Era um simples boneco que custou caro. Hoje é relíquia: não tem dinheiro que pague…

Rachel de Queiroz. O brasileiro perplexo. 1963. Adaptado.

Considere o trecho do terceiro parágrafo do texto:

Pois aquela criancinha, longe de ser um estranho, é um menino seu que lhe é “devolvido”.

É correto afirmar que o emprego das aspas, nesse trecho,

A) indica que a fala é de outra personagem.
B) aponta para um vocábulo ainda desconhecido na língua.
C) relativiza o significado da palavra.
D) marca a transcrição de parte de outro texto.
E) enfatiza o sentido literal do vocábulo na frase.

Resolução: alternativa C está correta.

2. (UFV – 2022)

TEXTO 2

1°§ “Pouco conhecido, o termo “capacitismo’’ é usado para descrever comportamentos que reforçam o preconceito. Adaptado do inglês “ableism”, aponta essa ideia preconcebida de que quem tem deficiência física ou intelectual é incapaz de realizar certas tarefas. […]”

2°§ Assim como o racismo e a misoginia, o capacitismo faz referência a um comportamento enraizado na cultura, cujas manifestações são naturalizadas e até inconscientes.”

Disponível em: www1.folha.uol.com.br. Acesso em: 11 janeiro 2023 (adaptado).

As aspas, comumente utilizadas em produções textuais escritas, são um recurso que apresenta diversas funções. No texto 2, observa-se que a palavra “capacitismo” está grafada entre aspas.

Com base nessa informação sobre o texto 2, é CORRETO afirmar que:

A) a utilização das aspas assinala uma ironia, ou seja, manifesta um sentido oposto ao que se quer expressar.
B) o emprego das aspas sinaliza que a palavra se refere a um conceito que foi criado, isto é, a um termo alcunhado recentemente.
C) o uso das aspas indica que há uma citação direta, ou seja, uma reprodução literal de um enunciado extraído de outro texto.
D) a adoção das aspas demarca uma palavra de língua estrangeira, isto é, um termo em outro idioma que fora inserido no texto.

Resolução: a alternativa B está correta

O termo está entre aspas porque se trata de um conceito cujo significado é específico. Trata-se, inclusive, de um neologismo, criado para resumir a ideia geral de preconceito contra pessoas com necessidades especiais ou pessoas com deficiência (PcDs).

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Veja também: Catorze ou quatorze: É com C ou Qu?

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Felipe Ferreira

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